sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mosquiolândia - David Arnold

Olá, venho hoje contar sobre este livro  que é um mistério já no título. Os assuntos abordados vão desde dificuldades da vida, separação e desestrutura familiar até  depressão, ataques de pânico, assedio sexual de menores e uso de medicamentos.


Bom, o livro conta a história de Mary Iris Malone ou como ela mesma gosta de ser chamada: MIM que é a abreviação do seu nome.
Mim é uma adolescente muito engraçada e que coloca apelido em tudo e em todos, se tornou rebelde pela separação de seus pais, a mudança da sua cidade para Mississippi, mudança de psiquiatra, inserção de um medicamento anti-depressivo, nova madrasta, que pra ela, é a culpada de todos os seus males...

Enfim, para ela sua vida virou de cabeça para baixo e ainda por cima não consegue contato com sua mãe, e que após escutar seu pai falar com o diretor que sua mãe está doente, decide fugir na madrugada, roubar um dinheiro da sua madrasta e reencontrar sua mãe. Leva consigo um batom que usa para fazer uma pintura de guerra no seu rosto. Sempre fala umas frases marcantes como: "Eu sou Mary Iris Malone, a rainha da energia"

Agora o desafio é sobreviver até onde quer que sua mãe esteja, e não ser barrada por ninguém por estar viajando sozinha... Assim pega um ônibus e encara pessoas estranhas, boas e más. Ela é uma menina que tem dificuldades de se enturmar e fala bastante palavrões, mas mesmo assim faz amizades nessa trajetória. Uma das amizades foi a Arlene, uma velhinha que não se desgruda da sua caixinha. Lógico que ela ficou curiosa do que está lá dentro... Arlene foi uma companheira e fez muita falta para nossa protagonista no restante do livro, embora não vou contar o que aconteceu, mas Mim, em respeito a amizade feita resolveu fazer o desejo de Arlene e isso fez com que conhecesse outras pessoas importantes do livro, como o sobrinho dela dono de um posto de gasolina e também Walt um rapazinho encantador com síndrome de Down que ama coisas brilhantes e é obcecado por um time de basebol.

Durante todo o livro, ela escreve numa agenda e conta para uma tal de Isabel os motivos dela ter fugido. Na trajetória para o destino desejado MIM desvia o caminho por causa de outras pessoas, uma dessas pessoas é sua amiga velhinha, Walt e o garoto dos seus sonhos Beck. Nisso vamos conhecendo ainda mais como MIM é e sua personalidade irônica e corajosa.

"Em alguns casos, conversar só serve para fazer as lágrimas caírem. então fico flutuando em silêncio, observando os toques finais desse luar perfeito, e em um momento de revelação divina, percebo que desvios não são desprovidos de propósito. São uma passagem segura para um destino, evitando armadilhas pelo caminho. Flutuar no lago com Walt com certeza é um desvio. e talvez eu nunca saiba de que armadilhas escapei, mas posso dizer sem pestanejar: Uma alma sincera é quase impossível de encontrar, e se Walt é meu desvio, eu aceito de bom grado."


O que me chamou atenção neste livro é que inicialmente nos prende a atenção por causa do humor e depois temos o mistério e assuntos mais pesados. MIM é uma garota diferente desde nova, seu pai acha que ela poderia fica louca como sua tia, por isso toma remédios, mas o que ela tem realmente é um mistério o livro todo. Interessante também que ela é cega de um olho e nunca contou pra ninguém nem pra sua mãe, tem um problema com sua epiglote que a faz vomitar a hora que quer e usa isso a seu favor e se considera uma anomalia por esses e outro motivos.
Os personagens que aparecem são bem marcantes por causa dos apelidos que ela inventa como o homem do pocho.

O livro tem umas frases bonitas, como esta a seguir:

"-Acho que, pra mim, a vida é mais misteriosa do que a morte.
-Que filósofo. Você deveria escrever um livro."

Bom, muita coisa acontece nesta viajem e quando MIM reencontra sua mãe percebe o quanto tirou conclusões precipitadas e terá que mudar vários conceito seus, e mostra para nós que as vezes algumas coisas parecem, mas não é.

Quem me conhece sabe que amo livros que retratam doença/deficiência/síndrome e este me ganhou primeiro porque a protagonista é muito humorada, eu me diverti bastante com os apelidos que ela inventava para as pessoas e também por causa do Walt com síndrome de Down.



Indico muito, lerei novamente!!!